barrinhas

domingo, janeiro 23

cheiro de Copacabana

Entorpeci-me diante do mar
e confundi-me
com a areia

Me fiz estrela
segurei as ondas
rasguei as conchas
e fui maré.

segunda-feira, janeiro 10

a minha boca na tua, a tua boca na lua

É como a noite apagando
E a Terra acordando

É como as flores sorrindo
e os peixes voando

É como cheirar uma estrela
E sentir os seus olhos petrificados

É sentir a lua virando mel na tua língua
E nas veias correrem o teu passado

domingo, janeiro 9

bossa usada

Estamos dançando sob o céu nublado,
enquanto uma chuva de estrelas
perrcorre nossos corpos
nus

Eu vejo na tua pele o universo,
onde o sol e a lua
juntos
entoam uma canção que faz meus dedos dançarem

E tudo transborda no rio do infinito
que afoga os que sentem fome
de viver,
que apaga a saudade do peito

Basta abrir os braços e emanar o teu calor
em brilho
Fora do ócio da casa velha

Sentir os pássaros elevarem sua alma
para que você possa calar
o teu corpo

E aceitar o mundo
de olhos abertos e pés distantes
da lama de infortúnios

domingo, janeiro 2

notas desiguais

O véu que cobre meu rosto
tornou-se uma goteira de desejos ocultos
que brotam da fonte de águas insaciáveis
nascentes em teu corpo

Se eu adormecesse no teu ombro
minha mente me pregaria uma peça
e meus instintos desafloresseriam
em lírios

Me sinto inútil e tento buscar
no labirinto dos teus lábios
uma saída dentro de mim

Escondendo o óbvio das minhas mãos,
consumindo meus pensamentos.
Me agarrastes pelos pés
e me jogastes no abismo das incertezas

Tento buscar no teu caminho
um abrigo pro meu corpo frágil
sinto a chama queimar meus olhos
e me puxando até o mar de esperanças

Quero surfar no tempo
e girar com as ondas
até cair na margem do cinismo
Poder voar e me engasgar com pedaços de nuvens