barrinhas

quarta-feira, julho 14

(des)vantagens

Perceber o erro às vezes parece tão complicado quanto não pensar em nada observando o mar.
Eu não sei se algum dia eu vou conseguir entender o que passa pela tua mente, mas querida, não se sinta assim. Existem coisas que não precisariam existir se não fosse nossa persistência de tentar concertar o passado. Convenhamos que certa coisa é tão inútil quanto relembrar o seu primeiro bocejo.
Talvez eu não precisa entender o que pensas ou que fazes. Sei que eu só preciso te amar, pois és o amor mais fiel que tenho.
Eu sei que as coisas mudam, as coisas passam... mas como li certa vez o que escreveres:
"Há dias em que tudo 
que podemos fazer é esperar
...
Enquanto o moinho do tempo
range em nossas gargantas
incertezas
vestidas de sóis
laminados de luas cansadas"
E percebi que também há dias em que o que podemos fazer é tentar mudar. Não me refiro a você. Não me entenda mal.
Há dias em que precisaremos mais de nós do que podemos imaginar. Mais de sóis do que nosso corpo pode supurtar. Mais de luas do que nossos olhos podem enxergar.
Precisaremos tentar encontrar nas esquinas da vida novos amores e nos apaixonarmos mais e mais a cada despedida.
Mas acredito que o que precisamos mesmo é de paz. 
E também haverão dias que bastará o canto do pássaro para nos encantar... O barulho do vento soprando aos nossos ouvidos para nos fazer dançar. Apenas o vôo de uma ave, para nos fazer seguir.
E há de existir o dia em que apenas pelo fato de existirmos, nos sentiremos bem. E apenas com um olhar nós sobreviveremos.

Um comentário:

  1. Tempos Diferentes do Mesmo Tempo

    Dessa metade que o tempo tem
    Em dez minutos de acesa acuidade
    Cinco são metade para ninguém
    Se tidos, já que os que nos faltam
    São muito maiores e ainda anulam
    Aquela parte da metade que nos cabe
    Se em verdade cada sabe ao que vem:
    Nem todos os minutos são do mesmo tamanho...
    Uns, se ridos, passam depressa;
    Outros, na inversa, demoram uma eternidade
    Se se atascam no lodo da baba e ranho!

    Porque nem todos os dias são de igual tamanho
    E se há os que dão para fazer o que não se quer
    Também há os que nunca chegam pró amanho
    E cumprimento do exigido
    No contrato assumido, entre o homem e a mulher.

    Se estás, eles são assim
    Mas se ausente és, longe de mim
    Cada segundo tem pés de sete léguas
    Onde nenhum décimo me dá tréguas
    Nem a ansiedade encontra qualquer fim
    Posto que o assim se torna aaaassssssssssiiiiiiimmmmmmmm
    Na semelhança com a mesma estrada
    Que sempre separa a tua partida da chegada.

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