barrinhas

quarta-feira, dezembro 8

o que sai do meu umbigo

Ontem eu encontrei
uma cicatriz nas tuas mãos
por onde jorras canções

Com desejos
dessincronizados
Notas desencantadas
E no que parece ser o fim: aplausos forjados

Você não sabe dizer
o que te emudeceu
Nem mostrar
o que te cegou

Não consegue ver
aonde foi parar aquele
infinito de esperanças
que um dia coube em ti

Não observa ao seu redor
as cores que te compõe
e o brilho que te pertence

Vivendo
Sabendo
que o mundo não
coube em suas mãos

Mas basta fechar os olhos
e verás que o sol derreteu sua língua
E as estrelas perfuraram sua alma
como uma agulha que vai tecendo uma colcha

Vivendo
Sabendo
que aquilo pelo qual você mais lutou
no final não valeu a pena

Aprendendo que o dia vai mentir
sucumbindo teu corpo e
fingindo curar tua tristeza

E a noite vai esconder
aquilo que tanto acreditou
Te fazendo voltar a ser uma doce criança
Seguindo o próprio reflexo
no que parece ser uma nuvem

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