Ontem eu encontrei
uma cicatriz nas tuas mãos
por onde jorras canções
Com desejos
dessincronizados
Notas desencantadas
E no que parece ser o fim: aplausos forjados
Você não sabe dizer
o que te emudeceu
Nem mostrar
o que te cegou
Não consegue ver
aonde foi parar aquele
infinito de esperanças
que um dia coube em ti
Não observa ao seu redor
as cores que te compõe
e o brilho que te pertence
Vivendo
Sabendo
que o mundo não
coube em suas mãos
Mas basta fechar os olhos
e verás que o sol derreteu sua língua
E as estrelas perfuraram sua alma
como uma agulha que vai tecendo uma colcha
Vivendo
Sabendo
que aquilo pelo qual você mais lutou
no final não valeu a pena
Aprendendo que o dia vai mentir
sucumbindo teu corpo e
fingindo curar tua tristeza
E a noite vai esconder
aquilo que tanto acreditou
Te fazendo voltar a ser uma doce criança
Seguindo o próprio reflexo
no que parece ser uma nuvem
tão linda minha pequena alice.
ResponderExcluir