barrinhas

domingo, novembro 21

Reticências

 (à Joan Miró)

Letras como lágrimas
jorram dos meus olhos.

Elas saem rasgando.
O sal se difundindo
com meu sangue

Minhas veias dançando como o sol
e as minhas pupilas tão dilatadas
que nem se pode mais ver o verde
da constelação ocular que brilhava no meu rosto.

As cores vêem tão ferozmente
como as minhas dores
E parece que tudo se transformou
em letras, que pingam num caderno
De linhas tortas e soltas

E apenas observando aquele infinito azul
me fez ver que tudo gira
e tudo Miro em teus Joan's
que mais parecem meu estúpido
medo de olhar adiante.

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