barrinhas

quarta-feira, setembro 15

minha casa

É mais fácil cultuar os mortos que os vivos. Mais fácil viver de sombras que de sóis. É mais fácil memeografar o passado que imprimir o futuro.
Não quero ser triste como o poeta que envelhece lendo Maiakovski na loja de conveniência, nem quero ser alegre como o cão que sai a passear com o seu dono alegre sob o sol de domingo. Nem quero ser estanque como quem constrói estradas e não anda. Quero no escuro, como um cego, tatear estrelas destraídas.
Amores silvestres no passei público, amores secretos debaixo dos guarda-chuvas... tempestades que não param. Pára-rais quem não tem, mesmo que não venha o trem, não posso parar.
Veja o mundo passar como passa uma escola de samba que atravessa.
Pergunto ondes estão teus tamborins? Sentado na porta de minha casa. A mesma e única casa... a casa onde eu sempre morei.

- Zeca Baleiro

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