barrinhas

segunda-feira, maio 24

chains.

Só o que precisávamos era da pele, do calor, dos lábios, da voz um do outro.
Bastava que existisse você pra mim, e muito eu pra você.
Não sabíamos se iso era amor, desejo, paixão, insanidade, ou se éramos apenas uma forma de ponto de equilíbrio para ambos.
Éramos capazes de compartilhar a mesma dor, o mesmo pensamento, os mesmos medos, os mesmo prazeres.
Já não sabíamos o que era viver longe. Não conhecíamos mais a saudade, não tínhamos amigos, família, colegas. Nenhuma vida fora de nós dois.
Éramos só nós, e não precisávamos de mais ninguém.
Éramos felizes, tínhamos cigarros, álcool, drogas, viagens, alucinações; e mesmo com uma convivência dúplice sabíamos desfrutar da nossa felicidade.
Até que um dia você resolveu não acordar mais. Acho que foi culpa do Excesso.
Agora só me restaram as drogas, que até isso, sem você já nem tinha tanto sentido.
E ainda me restaram as lembranças. Mas isso não me faria sobreviver por muito tempo.
Ainda conseguia te sentir com algumas injeções. Eu estava caminhando no mesmo caminho que o teu, alcançando tuas mãos.
Mas eu sempre acordava.
Até que um dia eu resolvi mesmo te econtrar. E eu fui.
Agora, novamente tínhamos um ao outro. Só não sabíamos mais o significado disso.
Continuávamos intactos. Não sentíamos nada. Éramos tão inferiores comparando com a altuara que nossos sentimentos nos levavam. Não sentíamos absolutamente nada.
Dor, angústia, saudade, desejo, força, amor; não tínhamos mais dúvidas e muito menos certezas. Nada.
Estávamos presos. Mas pelo menos ainda tínhamos um ao outro.

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