barrinhas

segunda-feira, maio 10

Exorbitando...


E eu te chamo, eu te peço: Vem! / Diga que você me quer / Porque eu te quero também! / Faço as pazes lembrando / Passo as tardes tentando / Lhe telefonar / Cartazes te procurando / Aeronaves seguem pousando / Sem você desembarcar / Pra eu te dar a mão nessa hora...
Querida C,
Eu sabia que ela não ia ligar. Sabia que ela não ia se importar, que ela não olharia mais nos meus olhos como antes, que ela não falaria a verdade, que ela não seria a pessoa perfeita, que ela não falarei da forma mais carinhosa, que eu não abusaria fácil dela, que eu não saberia exatamente o que dizer quando ela precisasse de mim, que eu não saberia amá-la da forma que eu deveria amar.
Então porque aceitar, confiar... Pra que tentar entender? Porque amá-la mais que a mim?
Eu sinto vontade de chorar, de correr, me esconder. Mas do que valerá isso agora?
Eu queria encontrar respostas. Saber o que vem depois. Talvez perdesse toda a graça dessa história mal contada, mal resolvida, embaraçada, fora dos padrões normais da sociedade, totalmente ambígua. Antes eu já podia decifrar e prever algumas coisas. Só que agora tudo é confuso. 
As cores estão perdendo seu brilho.
Eu errei e eu estou caindo. E não vejo nenhuma mão pra me oferecer afago, ajuda... 
Eu estou caindo e tudo está ficando tão distante, está tudo ficando tão escuro.
Eu não paro de cair.
E é aí que eu começo a repensar na vida.
Observar o que eu deveria ter feito e o que eu poderia deixar pra depois. Parar de me apegar a detalhes e acreditar somente naquilo que me convém. 
Talvez agora eu devo chorar. Sem que ninguém me veja, sem que eu possa parecer fraca, estúpida.
Talvez agora eu deva derramar a primeira lágrima por você.
E eu acho que agora que está vindo o medo maior de te perder.
Eu já não consigo imaginar um futuro sem ti. Não consigo escutar uma música sem lembrar do quanto você me faz bem. Não consigo escrever sem colocar suas iniciais, observar alguém e encontrar uma semelhança tua nesse alguém, ou pensar "ela sempre fazia isso quando passávamos por aqui" ou "ela odeia quando eu falo isso" ou ainda "ela faria isso se estivesse aqui".
Porque exceder tanto? Ultrapassar os limites da razão e pensar sempre de forma obsessiva e mesquinha, querendo te ter a todo tempo, querendo você só pra mim, querendo ser tua.
Eu tenho certeza cada vez mais do que sinto. Mas não sei se posso confiar tantos segredos. 
Eu sei o que quero, mas não sei mais no que acreditar.
Continuo caindo...

Um comentário:

  1. eu adicionei esse teu blog lá no meu... eu tinha o antigo... ;) tava na hora de atualizar...
    =]
    ahh e adoro teus textos tbm! =D

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