barrinhas

quarta-feira, maio 26

A gente se deu tão bem, que o tempo sentiu inveja.

"Espero o dia que vem pra ver se te vejo. E faço o tempo esperar como esperei, a eternidade se passar nos dois segundos sem você. Agora eu já nem sei se hoje foi anteontem, me perdi lembrando o teu olhar. O meu futuro é esperar pelo presente de fazer o tempo engatinhar, do jeito que eu sempre quis. Distante é devagar, perto passa bem depressa assim pra mim..."

Querida L.
Agradeço sua sinceridade. Mas talvez eu prefira ser feliz com a ilusão, do que sofrer com a realidade.
Um dia eu aprendo a dividir alguém. Aprendo a compreender como o amor pode existir e ser compartilhado.
Talvez seja egoísmo meu, paranóia. Mas isso não está fazendo bem pra minha alma.
Estar com você é ótimo. Mas saber que quando eu não estou, você preenche meu espaço com outra pessoa, não é fácil. E talvez você não faça isso, como eu penso que você faz, e "não importa quantas explicações você dê, você sempre foi parar no mesmo lugar", e é isso que me corrói.
Sei que vão fazer de tudo pra nos manter longe.
Mas talvez isso seja melhor. Ou talvez eu só esteja com tanta raiva e com tanta coisa na cabeça, e sei que vou me arrepender de ter escrito isso.
Quero dizer pra mim mesma que não me importo, eu só quero te amar, e enquanto isso for recíproco eu não vou te deixar.
Um dia eu aprendo a viver sem você. Mas não quero isso agora.
Na verdade eu já nem sei o que pensar. Faz uns três dias que eu leio e escrevo uns parágrafos nesse texto. Ontem quando eu reli, achei a maior bobagem. Eu não quero te ter longe, nem te culpar por uma coisa que você não faz. Hoje quando eu reli de novo eu até "revi os meus conceitos".
Eu tenho medo da dor. Ela pode nos deixar em um estado que não é nem viver e muito menos morrer. É um meio termo.
Tenho medo de sofrer. De repetir erros e palavras, de não viver como estou vivendo hoje. Mas quais são as palavras que nunca são ditas?
Mas acredito que medos todos nós temos. Por mais bobos que sejam. Mas são medos, e eles não nos fazem bem.
Quando achamos que crescemos e que sabemos de alguma coisa, começamos a ver que realmente não sabemos de porra nenhuma.
Eu achei que conhecia o gosto do teu beijo, e que ia sentir ele todas as noites. Achei que sabia o que era amor, e o que era sofrer por ele. Que sabia o real significado da vida ao teu lado, que realizaria todos os nossos planos.  Achava que seríamos só nós. Em um mundo que só existisse a gente.
Vejo que só o que é verdade é que a necessidade que eu tenho de você é tão grande, que me consome muito, a ponto de eu não saber o que fazer quando certas dúvidas veem na minha cabeça, que seus lábios eu não sinto só todas as noites, mas todas as horas que a saudade vem.
Vejo que no fundo eu quero realizar todos os planos que fizemos, e que podemos ser muito felizes. Mas não seremos só nós, e o mundo não será só nosso, existirão sempre outras pessoas, com outros encantos e que podem suprir outras necessidades que ambas não conseguimos suprir em nós mesmas. Se é que me entende...
Podes ver e perceber o quanto já nos adiantamos em certos pontos e paramos em outros.
Ainda temos muito o que aprender, querida L. Coisas que nós não podemos imaginar que existem. Medos que nós pensamos ter perdido, inseguranças que desejamos profundamente que desapareçam. Ainda está tudo aqui.
Eu queria ter o amor que tu precisas. Mas eu apenas tenho amor para te dar. E acho que não é o que tu tanto necessita.
Eu te amo, de verdade. Mas será que amar é mesmo tudo?
Vou parar de escrever essas coisas bobas. E dançar ao som de uma lambada!

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